
Simpósio de Alterações Climáticas reúne especialistas para debater os impactos do clima na saúde infantil
17 —Evento promovido pelo Instituto Pensi e parceiros reforça a urgência de ações integradas entre ciência, saúde e políticas públicas para proteger as crianças dos efeitos da crise climática
O Instituto Pensi, em parceria com a Cátedra Clima e Sustentabilidade do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), realizou no dia 31 de outubro, no Auditório Nina Rodrigues, o Simpósio de Alterações Climáticas.
O encontro reuniu pesquisadores, profissionais da saúde, gestores públicos, estudantes e interessados no tema, para discutir os impactos das mudanças climáticas na infância e os caminhos para a construção de cidades mais saudáveis e sustentáveis.
Infância, clima e cidades: desafios para proteger a saúde infantil
A primeira mesa, moderada por Ligia Vizeu Barroso (USP) e Linamara Battistella (FMUSP), trouxe discussões sobre a vulnerabilidade das crianças diante das desigualdades ambientais e urbanas.
O pesquisador Paulo Saldiva (FMUSP) destacou que as cidades se tornaram ambientes hostis para a infância, com o ar poluído e a falta de áreas verdes, impactando diretamente o desenvolvimento infantil.
Em seguida, Dirceu Solé (SBP) e Maria Cecília Lopes (ICR-USP) abordaram as consequências das crises climáticas sobre doenças crônicas e saúde mental das crianças, ressaltando a necessidade de políticas intersetoriais.
O pesquisador William Cabral (Instituto Pensi) apresentou dados inéditos do Pensi Analytics, ferramenta de inteligência artificial que cruza informações sobre internações e condições ambientais, demonstrando como a previsão de atendimentos pode auxiliar no planejamento da rede de saúde.

Mudanças climáticas e riscos ambientais
Na miniconferência “Desafios e Enfrentamentos: os riscos de tipping points nos biomas brasileiros”, o climatologista Carlos Nobre (USP) alertou para a necessidade urgente de frear a degradação ambiental e repensar o modelo de urbanização.
“A cidade de São Paulo deixou de ser a terra da garoa. Isso não é só efeito do aquecimento global, é o resultado de termos acabado com a vegetação. Quando tiramos a vegetação, mudamos o clima local”, afirmou.
O pesquisador destacou ainda que a perda de cobertura verde e o avanço do aquecimento urbano representam ameaças diretas à saúde e ao desenvolvimento das crianças, especialmente nas grandes metrópoles brasileiras.

Governança e mobilização social frente às mudanças climáticas
A segunda mesa, moderada por Gustavo Wandalsen (Pensi) e Marcos Buckeridge (USP), abordou estratégias de comunicação e governança para o enfrentamento da crise.
Luiz Carlos Zamarco (Secretaria Municipal da Saúde – SP) apresentou experiências de políticas públicas locais, enquanto Ana Elisa de Figueiredo Bersani (Pensi) trouxe perspectivas das comunidades, ressaltando o papel das famílias e lideranças locais na construção de soluções de cuidado.
O encerramento contou com reflexões de Arlindo Philippi Jr. (USP) junto aos moderadores, sobre a importância de unir ciência, gestão pública e engajamento social em torno de um mesmo objetivo: proteger a infância em um planeta em transformação.
Compromisso contínuo
Com uma programação intensa e participativa, o simpósio reforçou o compromisso do Instituto Pensi e seus parceiros em promover o debate científico sobre saúde infantil e sustentabilidade, estimulando o diálogo entre pesquisadores, gestores e a sociedade civil.
O evento foi patrocinado pela Herbarium e FQM, e contou com o apoio da Associação Nacional de Hospitais Privados, Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade de Pediatria de São Paulo.

O evento foi transmitido ao vivo pelo canal “Saúde da Infância”, no YouTube da Fundação José Luiz Setúbal, e permanece disponível, para acessar clique aqui.
